quinta-feira, 30 de abril de 2015

Cultura evangélica e “dominação” do Brasil: música, mídia e gênero no caso do Diante do Trono


Nina Rosas

RESUMO

Esta tese visa avançar a discussão sobre a relação entre os evangélicos e a cultura secular. Tomam-se como objeto as ações de um importante ator do universo religioso – o Diante do Trono (DT), formado e liderado pela cantora e pastora Ana Paula Valadão. A análise é feita por meio de consulta a fontes secundárias, realização de entrevistas e observação participante. Explora-se a ênfase teológica da banda na batalha espiritual/Teologia do Domínio, as inovações no campo fonográfico-midiático e as prescrições de gênero defendidas. Dados do contexto protestante estadunidense complementam a abordagem. Conclui-se que as iniciativas do DT, bem como o sucesso alcançado, são decorrentes de uma posição subcultural que, segundo a teoria de Christian Smith, é marcada pela junção de evidente diferenciação e engajamento na sociedade abrangente.

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Esta tese visa avançar a discussão sobre a relação entre os evangélicos e a cultura secular.Tomam-se como objeto as ações de um importante ator do universo religioso
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 o Diante doTrono (DT), formado e liderado pela cantora e pastora Ana Paula Valadão. A análise é feita por meio de consulta a fontes secundárias, realização de entrevistas e observação participante.Explora-se a ênfase teológica da banda na batalha espiritual/Teologia do Domínio, asinovações no campo fonográfico-midiático e as prescrições de gênero defendidas. Dados docontexto protestante estadunidense complementam a abordagem. Conclui-se que as iniciativasdo DT, bem como o sucesso alcançado, são decorrentes de uma posição subcultural que,segundo a teoria de Christian Smith, é marcada pela junção de evidente diferenciação eengajamento na sociedade abrangente.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Revista Esferas prorroga prazo para submissão de textos do dossiê "Comunicação e Reencantamento"

A Revista ESFERAS convida todos os Doutores em Comunicação e áreas afins a enviar seus artigos para sua quinta edição, a ser publicada em Julho de 2015, em versões on-line e impressa.
A Revista ESFERAS é um espaço coletivo de trocas e reflexões, sob a égide dos quatro Programas de Pós-graduação em Comunicação das Universidades do Centro-Oeste, a saber: o Mestrado em Comunicação da Universidade Católica de Brasília – UCB, o PPGCOM da Universidade de Brasília – UnB, o PPGCOM da Universidade Federal de Goiás – UFG e o PPGCOM da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS.
Para o dossiê “Comunicação e Reencantamento” buscaremos dar voz às formas com que o campo da comunicação, incluindo-se a cultura midiática e as novas mídias, é capaz de contribuir para um reencantamento do mundo a partir das conexões e formas de articulações sociais, culturais e políticas que possibilitam, bem como das éticas e estéticas que são capazes de engendrar. A noção de reencantamento que consideramos parte da tentativa de se estabelecer um contraponto amplo e aberto à noção desenvolvida por Max Weber no século XIX de desencantamento do mundo, à época associado à assunção da razão instrumental no ocidente e à dessacralização moderna que a ciência tentou organizar como forma privilegiada de experiência.
Assim, considerando um campo de possibilidades que abraça desde a mídia mainstream até as produções culturais mais periféricas, passando pela paisagem comunicacional urbana, às questões sobre corpo-mídia, às novas possibilidades de intervenção pública e de constituição de vivências compartilhadas, lançamos o desafio para o próximo número: como as diversas formas de comunicação nos permitiriam escapar à conveniência do cinismo e da entropia depressiva como formas (respectivas) de racionalização e sintoma epidêmicas hoje?
Como sempre, a seção “Livres” aceitará artigos sobre os mais diversos temas que abordem os fenômenos comunicacionais e o campo da pesquisa em comunicação. 
O prazo limite para submissão é 20 de maio.
Outras informações podem ser consultadas no portal da revista clicando <<<aqui>>>


Quem tem moral entre os evangélicos?

Texto da professora Magali do Nascimento Cunha sobre a edição de 23 abril de 2015 do programa televisivo "Na Moral" que contou com a presença do pastor Silas Malafaia. O artigo foi publicado originalmente no Observatório da Imprensa em 28/04/2015.
Com edição especial para celebrar os 50 anos da Rede Globo, o programa Na Moral de 23 de abril de 2015 discutiu “Quais os limites da moral na TV e como esses limites evoluíram ao longo dos anos?”, com ênfase em dois temas: a sexualidade humana e o fascínio pelos vilões. Participaram do bloco sobre sexualidade o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo Silas Malafaia, o humorista e apresentador Jô Soares, a desembargadora Maria Berenice Dias e o autor de telenovelas Silvio de Abreu. O segundo bloco, que tratou da representação dos vilões nas novelas, durou cerca de 15 minutos e trouxe outros dois debatedores (um psicanalista e uma juíza) em substituição a Maria Berenice Dias e Silas Malafaia.
O conteúdo do programa não trouxe novidades (veja no YouTube o programa na íntegra). É possível reafirmar o parágrafo que abriu as minhas “Notas sobre o Programa Na Moral”, de 2013, que apresentou o tema do Estado Laico para debate:
“Quem espera densidade em qualquer das tantas ‘mesas-redondas’ de qualquer programa de entretenimento na TV aberta, seja de momentos liderados por Ratinho ou Fernanda Lima; por Luciana Gimenez ou Ana Maria Braga; por Ronie Von ou Fátima Bernardes; por Cátia Fonseca ou Pedro Bial, certamente ficará frustrado. Não poderia ser diferente com a edição do programa da Rede Globo Na Moral” (leia aqui notas sobre a edição do programa de agosto de 2013).
Dessa forma, nos quase 35 minutos do bloco que tratou o tema da “moral na TV”, houve a exploração de falas curtas e superficiais sobre a exibição de corpos nus, de cenas de sexo e de beijos gays na dramaturgia televisiva. Jô Soares, Maria Berenice Dias e Silvio de Abreu cumpriram o seu papel de oposição a todo e qualquer controle dos conteúdos da dramaturgia e defesa do serviço social educativo que a dramaturgia presta. O pastor Silas Malafaia foi fiel ao personagem que encarna nas mídias, de defensor da verdade dos evangélicos, ainda que tivesse que enfrentar três opositores no debate, e mais o apresentador que representou o papel de “advogado do diabo”, quando o pastor se colocava. O religioso não disse nada além do que já sabemos de suas posições, com a forma contundente e autoritária que lhe caracteriza: manifestou-se contrariamente à “ditadura gay” nas novelas, à adoção de crianças por casais gays e à aceitação da homossexualidade por cristãos. No mais, Silas Malafaia aliviou as críticas à TV, defendendo que cenas de nudez, de sexo e de homossexualidade deveriam ir ao ar em horários avançados na noite, para evitar que crianças assistam.
Clima bélico
O pastor Malafaia insistiu que suas posições não eram somente teológicas ou religiosas, mas buscou respaldo citando um “filósofo de Harvard” e um “pesquisador doutor em sociologia da Universidade do Texas”. Justificou citar estudiosos “da América” porque “na América pesquisa é coisa séria” e “na América não tem o negócio de botar um estudo e a imprensa bater palma”. Ao lançar mão de alusões e citações, o religioso traz à sua fala marcas típicas de discursos autoritários de quem demanda credenciamento da fala e nega a divergência. Tudo isto para denunciar o “paradigma humanista-ateu” que ele entende reger a sociedade e “jogar fora séculos de valores cristãos-ocidentais”. Com este pensamento, o pastor Malafaia alinhou homossexualidade e prostituição, ao responder à provocação de Silvio de Abreu sobre a existência de pastores homossexuais e se colocou como o “papa dos evangélicos”. O pastor assembleiano disse que assim como na Igreja Católica Romana não há “igreja de prostitutas” porque o papa não permite, ele, como presidente do Conselho de Pastores do Brasil, que tem autoridade para excluir pastores que se apresentem como homossexuais.
O debate foi reforçado pela participação de uma família do bairro de São Cristovão, na cidade do Rio de Janeiro, apresentada como um modelo familiar típico, de dentro do estúdio-casa do Big Brother Brasil (BBB). Só a participação desta família daria um artigo exclusivo, já que aparecia como representação do reforço do modelo de “família tradicional”, tal como defendida pela bancada evangélica na Câmara dos Deputados. Assim como no BBB, havia nitidamente uma pré-definição de perfis de participação das pessoas que mais se manifestavam: a senhora idosa liberal, que não se importa e assiste com gosto às cenas “imorais” na TV, e por isso foi tratada com humor; a senhora tradicional, contrária à exibição de “cenas imorais”, especialmente de homossexualidade que contrariam “o que está escrito na Bíblia”, que foi tratada com seriedade; e a jovem mulher que assiste à programação mas defende a família das más influências dela, bastante destacada. Eram enfatizadas várias cenas de reação corporal dramatizada da senhora tradicional em reação negativa à fala dos liberais do debate e de expressões de apoio da jovem mulher que defende a família em aceitação às falas do pastor Silas Malafaia.
Frustrado com a ausência do “inimigo”, deputado federal Jean Wyllys (PSOL/RJ) [inicialmente escalado para o debate mas teve participação inviabilizada por conta de viagem de representação à Alemanha] o pastor Silas Malafaia manteve aceso um clima bélico em torno de sua participação no programa. Ele divulgou, dias antes do Na Moral ir ao ar, um vídeo com críticas. Para ele, o debate não havia sido “democrático” porque a produção teria selecionado três pessoas com posições semelhantes para lhe fazerem oposição. Com seu linguajar típico, o pastor Malafaia disse no vídeo que “o pau comeu” durante as duas horas de gravação do programa, com momentos em que teve que questionar a postura de Pedro Bial: “O coro comeu. O apresentador, alguma hora, chegou até a perder o equilíbrio, ficou muito nervoso, porque eu questionei a parcialidade dele. Certo? Mesmo ele sendo um cara fenomenal, inteligentíssimo em televisão – eu não estou aqui para falar mal do Bial –, mas não foi um debate democrático.”
“Minoria que fala a verdade”
Com o discurso da vitimização (“quatro contra um”), Silas Malafaia declarou no vídeo que durante as negociações para sua participação no programa, chegou a sugerir à emissora que convidasse o senador Magno Malta (PR-ES) para participar ao lado dele e, assim, equilibrar o número de pessoas em posições opostas. No entanto, durante a exibição do programa, acompanhando a repercussão de sua participação, o pastor Malafaia voltou atrás em sua crítica à emissora e publicou no Twitter:
SilasMalafaia_1
Em novo vídeo, publicado em 24 de abril, o pastor Silas Malafaia ressaltou a preocupação que tinha quanto ao resultado da edição, mas deu parabéns à emissora e disse: “Não fizeram molecagem comigo.” Ele avaliou: “Tenho que ser honesto: duas horas de gravação para 34 minutos – foi o tempo da minha participação – e você falar dentro de uma emissora onde ela será questionada, isso não é brincadeira, não. E os princípios que eu falei, os meus princípios, eles não cortaram nenhum. Quero ser bem honesto aqui. foram imparciais, e colocaram as minhas principais falas. Verdade é a verdade.” O religioso lamentou: “Pena que muito quebra-pau não saiu, muita coisa que ferveu…”
Silas Malafaia ainda comentou a ausência de Jean Wyllys: “O camarada estava com uma viagem parlamentar para representar o Congresso na Europa. Não vai faltar a oportunidade. Eu sei que eu vou ter o confronto com ele. Eu não acredito que ele tenha medo de mim. Isso é bobagem. Vai chegar a vez”, disse ele.
A criação de um clima bélico anterior ao programa e de vitimização de “minoria que fala a verdade”, garantiu publicidade à segunda participação do pastor Silas Malafaia no programa.
Na Moral foi ar já na madrugada de 24 de abril, com sete pontos de audiência, dois a mais para a média do horário na emissora, com picos de 10 pontos no Rio de Janeiro. Isto foi celebrado pelo pastor que publicou no seu perfil no Twitter em 25 e 26 de abril:
 SilasMalafaia_2
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Retórica enganosa que a mídia insiste em repercutir e reafirmar
O pastor Silas Malafaia tem mesmo que parabenizar a Rede Globo. Chama a atenção o destaque dado ao pastor na edição do Na Moral. Um simples levantamento do tempo dedicado a cada debatedor, nos quase 35 minutos de bloco, mostrou: (a) desembargadora Maria Berenice Dias: cerca de 2:20 minutos de fala; (b) humorista e apresentador Jô Soares: cerca de 2:35 minutos de exposição; (c) autor de novelas Silvio de Abreu: cerca de 3 minutos de fala; (d) pastor Silas Malafaia: cerca de 8:15 de discurso. São do pastor, ainda, as falas mais longas: cerca de 1:20 minutos e 2:13 minutos nos dois momentos mais extensos entre os 10 em que ele interviu no debate. Os demais participantes intervieram seis vezes (Silvio de Abreu e Maria Berenice Dias) e quatro vezes (Jô Soares). A fala mais longa depois das de Silas Malafaia foi de Silvio de Abreu, em um momento de cerca de um minuto. Maria Berenice Dias não falou mais de 25 segundos em suas intervenções e Jô Soares falou mais quando interveio por 1:06 minuto.
Só neste levantamento quantitativo vemos o poder de palavra dado pela Rede Globo a Silas Malafaia. Além de ter falado quase três vezes mais de quem mais falou, o pastor teve a palavra final do bloco de debates com direito a aplausos da plateia presente ao estúdio. Não só teve a última palavra como obteve aprovação simbólica do público.
Neste sentido, o programa Na Moral cumpre o protocolo já estabelecido pela Rede Globo no que diz respeito à religião e particularmente aos evangélicos: Silas Malafaia é a voz deste grupo religioso e ponto final. Esta parceria da Globo com evangélicos, que tem em vista audiência e participação do mercado de bens religiosos, revela a opção por uma identidade evangélica tradicional e conservadora teológica, ideológica e politicamente. A edição do programa Na Moralilustra bem esta dinâmica. Ao mesmo tempo em que dá espaço para três debatedores de postura liberal, não-religiosos, quanto à exposição midiática da sexualidade humana, o religioso que fala, com destaque, dá voz ao segmento evangélico conservador.
Se o programa deu ênfase às transformações na moralidade sexual da sociedade que a TV acompanhou, também abriu amplo caminho para a afirmação reacionária a essas mudanças, classificadas por Silas Malafaia como “paradigma humanista-ateu”. A presença de uma “família tradicional” no programa e a última palavra do pastor, aprovada com aplausos, deram o tom do recado que a emissora quer transmitir ao público.
Não é à toa que grupos conservadores e de ultradireita política veem-se fortalecidos por tais mensagens, como esta postagem no Twitter, em 26 de abril:
SilasMalafaia_4
Como sempre buscou fazer ao longo de sua história de 50 anos no Brasil, a Rede Globo busca ditar tendências e, neste caso, ela determina quem é que tem moral entre os evangélicos, tornando invisíveis aqueles não “rezam nessa cartilha”. Retórica enganosa que as demais mídias insistem em repercutir e reafirmar. Nestes tempos de religião nas mídias, a palavra de Jesus de Nazaré ecoa cada vez mais forte: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça…”
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Magali do Nascimento Cunha é docente e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo e editora do blog Mídia, Religião e Política

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Justiça Federal suspende transmissão de rádio alugada para igreja em SP

A Justiça Federal determinou a interrupção das atividades da Rádio Vida por alugar sua programação para uma igreja evangélica. A juíza Flávia Serizawa e Silva também exigiu o bloqueio dos bens do ex-deputado Carlos Apolinário, dono da emissora, e do pastor Juanribe Pagliarin, líder da Comunidade Cristã Paz e Vida, que arrendava a rádio. Ainda cabe recurso.

Crédito:Reprodução
Transmissões da rádio foram suspensas após ação da Justiça Federal
De acordo com a Folha de S.Paulo, esta é a primeira decisão judicial em uma ofensiva movida pelo Ministério Público Federal contra o mercado de aluguel de emissoras, prática vetada pelo Código Geral de Telecomunicações, que proíbe o arrendamento de rádios e TVs, que são concessões do poder público.

A medida foi determinada há um mês, entretanto, a rádio continuava operando na frequência 96.5 até a semana passada, pois ainda não havia sido notificada. O bloqueio das contas foi feito porque a juíza acrescentou os dados do ex-deputado e do pastor no sistema do Banco Central.

A Rádio Vida foi alugada por R$ 300 mil por mês entre janeiro de 2009 e dezembro de 2013. Em 2014, o aluguel passou para R$ 480 mil. A parceria entre o pastor e o ex-deputado foi interrompida em março do ano passado depois que as transmissões foram suspensas e os equipamentos lacrados por outra ação que corre na Justiça Federal de Mogi das Cruzes (SP).

O aumento das receitas do aluguel de rádios é feito com a chamada "paulistanização" das emissoras, que permite transformar pequenas concessões de alcance limitado em potências da radiofusão na capital. 

A Rádio Vida ampliou, sem autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), de 30 kW para 100 kW em transmissão. Além disso, a sede da emissora, que deveria ser em São José dos Campos (SP), segundo outorga original, fica num sobrado em Santana, zona norte da capital paulista, a mais de 90 km de distância.

O dono admitiu ter arrendado a emissora para a Comunidade Cristã Paz e Vida. Ele alegou que mais de 2 mil emissoras do país são controladas por igrejas, seguradoras e bancos que pagam aluguel para os concessionários.

"O procurador entendeu que uma concessão não poderia ser arrendada, algo completamente sem fundamento jurídico", afirmou. "Se a tese dele fosse verdadeira, não poderia ter a rádio Bradesco, que é um banco, não uma rádio. Qual crime eu cometi, se eu paguei todos os impostos? É crime ganhar dinheiro", questionou.

O ex-deputado também disse ser castigado injustamente pelo bloqueio dos seus bens. "Essa ação cível me deixou sem um tostão no bolso. Estou arrumando dinheiro emprestado para pagar dívida e funcionário." 

domingo, 26 de abril de 2015

Narrar, lembrar, esquecer: Os 35 anos da Igreja Universal na Folha Universal e na Folha de Portugal


Carlos Alberto de Carvalho; Marco Túlio de Sousa

RESUMO

O presente texto problematiza questões referentes às relações entre memória, jornalismo e sociedade tendo como objeto de análise textos veiculados por dois jornais impressos da Igreja Universal no Brasil e em Portugal quando da comemoração dos seus 35 anos de existência. Partindo do conceito de memória, de Paul Ricoeur (2007), articulado às suas reflexões sobre as narrativas, objetivamos perceber os modos como a denominação constrói e legitima, a partir do jornalismo, elementos constitutivos de sua história, bem como apaga outros.

Leia Online o texto completo clicando <<<aqui>>>

Leia outros textos de Marco Túlio de Sousa clicando <<<aqui>>>

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Curso de Sociologia da Religião com Michael Lowy - Aula 5 (Ernst Bloch e a religião como utopia)

O sociólogo Michael Löwy (foto à esquerda) ministrou um curso de sociologia marxista da religião de setembro a novembro de 2014 na Universidade de São Paulo (USP) para membros do programa de pós-graduação em sociologia da universidade. No vídeo a seguir temos a quinta aula de Lowy cujo tema foi "Ernst Bloch e a religião como utopia". Clique <<<aqui>>> e confira! Confira as aulas anteriores clicando <<<aqui>>>.


quarta-feira, 22 de abril de 2015

Livro: "Cyberteologia no Brasil" - Antonio Spadaro Sj


Antonio Spadaro

DESCRIÇÃO

O padre Antonio Spadaro, doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana e editor da revista La Civiltá Cattolica disponibilizou gratuitamente um ebook com um conjunto de textos em português de sua autoria que foram publicados no Brasil. São cerca de 20 entrevistas e artigos que tratam do tema internet e religião e prenunciam a reflexão feita em seu livro Ciberteologia.

O ebook está disponível no formato ePub e o download pode ser feito clicando <<<aqui>>>.

Abaixo segue o índice com os textos contidos na obra:

1 - Em busca de Deus em tempos de Google 

2 - A ciberteologia das redes 

3 - Entrevista sobre Cyberteologia com Padre Antonio Spadaro SJ

4 - A internet é um ambiente, parte integrante da nossa própria vida 

5 - Espiritualidade e elementos para uma teologia da comunicação em rede 

6 - O que faria Jesus se fosse um hacker?

7 -  Habitar a Rede: como vencer o risco de viver em uma bolha filtrada? 

8 - Limitar o acesso à web? ”É como tirar um pedaço de território” 

9 - Como encontrar Deus nos «blogs» 

10 - O fenômeno do Blog: I-II-III-IV 

11 - Steve Jobs e Inácio de Loyola 

12 - Deus procurado e achado em todas as coisas 

13 - Uma Civiltà de escritores, poetas e navegadores da Web 

14 -  "Somos chamados a estar nas fronteiras, encruzilhadas e trincheiras” 

15 - "A fé nos ajuda a entender a Internet” 

16 - Antonio Spadaro – Wikipédia, a enciclopédia livre 

17 - Tweetstreaming de palestras “Comunicação que transforma vidas” e “Mística do comunicador” – 
Brasília, 19 de maio 2012

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Curso de Sociologia da Religião com Michael Lowy - Aula 4 (Gramsci)

O sociólogo Michael Löwy (foto à esquerda) ministrou um curso de sociologia marxista da religião de setembro a novembro de 2014 na Universidade de São Paulo (USP) para membros do programa de pós-graduação em sociologia da universidade. No vídeo a seguir temos a quarta aula de Lowy cujo tema foi Antonio Gramsci e a sociologia da religião. Clique <<<aqui>>> e confira! Confira as aulas anteriores clicando <<<aqui>>>.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

CHAMADA: II Congresso CRI2i (Centre de Recherches Internationales sur l’Imaginaire)


Estão abertas as inscrições para o II Congresso CRI2i (Centre de Recherches Internationales sur l'Imaginaire) que ocorrerá de 29 a 31 de outubro de 2015, em Porto Alegre. O tema do evento é "A Teoria Geral do Imaginário 50 anos depois: conceitos, noções, metáforas". As submissões de trabalhos podem ser feitas até o dia 30  de abril. Os Grupos de Trabalho se dividem entre os seguintes temas: 1) Imaginário, ciência e tecnologia; Imaginário e cotidiano; Imaginário e mídia; Imaginário e linguagens. Para mais informações consulte o site do evento clicando <<<aqui>>>.


terça-feira, 14 de abril de 2015

Mediatização da religião e esfera pública nas eleições paulistanas de 2012


Luis Mauro Sá Martino

RESUMO

A disputa eleitoral de 2012 em São Paulo foi marcada pela presença ostensiva de atores do espaço religioso, sugerindo a perspectiva de variadas tensões entre mídia, política e religião no cenário democrático. Este trabalho analisou 27 notícias publicadas pelos portais G1, R7, Folha on-line eEstadão on-line de 15 de setembro a 15 de outubro, correspondendo ao último mês de campanha, buscando-se observar em que medida os processos de mediatização constituem um fator de relevância para as articulações de discursos religiosos na esfera pública, tomando como estudo de caso as eleições municipais. Os resultados sugerem que a mediatização aumenta a visibilidade pública das denominações religiosas, facilitando sua participação como atores políticos e alterando o balanço de poder na esfera pública.

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Confira outros textos do mesmo autor clicando <<<aqui>>>

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Curso de Sociologia da Religião com Michael Lowy - Aula 3 (Benjamin)

O sociólogo Michael Löwy (foto à esquerda) ministrou um curso de sociologia marxista da religião de setembro a novembro de 2014 na Universidade de São Paulo (USP) para membros do programa de pós-graduação em sociologia da universidade. No vídeo a seguir temos a terceira aula de Lowy cujo tema foi Walter Benjamin e a sociologia da religião. Clique <<<aqui>>> e confira! Confira as aulas anteriores clicando <<<aqui>>>.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

A religião nas rádios comunitárias "gospel FM" e "jornal FM"


Marcelo de Oliveira Volpato

RESUMO

O estudo versa sobre a possibilidade de a mídia comunitária, ao veicular programação religiosa, manter o foco na comunidade com abertura ao pluralismo de idéias e opiniões. Baseado em pesquisa bibliográfica, entrevista e observação assistemática de conteúdo de programação, a pesquisa resulta em estudo de caso de caráter descritivo de duas rádios comunitárias. Conclui-se que se a programação religiosa estiver ligada às necessidades da comunidade, a rádio comunitária consegue promover o bem-comum e a cidadania. Isso depende, portanto, das intenções dos responsáveis pela gestão da emissora. Quando a intenção destes é comercial e/ou proselitista, os interesses comunitários são, notadamente, prejudicados.

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CHAMADA: I Congresso Brasileiro de História do Protestantismo no Brasil


Estão abertas as inscrições para o I Congresso Brasileiro de História do Protestantismo no Brasil, a ser realizado na Universidade Federal de Campina Grande, de 11 a 14 de agosto. As submissões de trabalhos podem ser feitas até o dia 24 de abril. Dentre os Grupos de Trabalhos (GTs) destacamos o GT 10 (Cultura impressa protestante no Brasil - do dezenove à atualidade) e o GT 24 (Evangélicos na atualidade) que abrigam temas de interesse a pesquisadores que estudam mídia e religião. Abaixo seguem os resumos com as informações dos dois GTs:


GT 10 – Cultura Impressa protestante no Brasil - do dezenove à atualidade
Coordenação: Drª. Karla Janaina Costa Cruz
Secretaria de Educação do Estado da Paraíba

Resumo
Na segunda metade do Século XIX, o estabelecimento das missões protestantes originárias da Europa e dos Estados Unidos provocou mudanças significativas no cenário religioso e cultural brasileiro.  A palavra impressa se tornaria, então, uma eficiente aliada do ideal evangélico por favorecê-lo em ao menos três aspectos: a difusão da propaganda evangélica, a circulação de informações sobre as atividades missionárias das denominações históricas e a instrução doutrinária dos fiéis através da leitura. Nesse conjunto impresso, diversos suportes – a exemplo de periódicos, hinários, livros, folhetos, etc – passaram a constituírem-se significativos artefatos culturais, por meio dos quais diversos gêneros literários circulavam e eram dados a ler. O presente GT justifica sua importância em propor uma reflexão sobre a contribuição da vertente protestante para a construção da história da leitura e do livro no Brasil, favorecendo uma abordagem mais acadêmica às produções literárias religiosas. Serão bem-vindos ao Grupo pesquisas que procurem verificar, nos impressos protestantes, as categorias de autoria, obras, leitores, editoração e tradução a fim de refletir como “conteúdo e materialidade se fundem” (CHARTIER, 2009), história e literatura se imbricam na tentativa de reconstituir, evitando-se os anacronismos, a formação e manutenção de um sistema literário protestante no Brasil.

GT 24 - Evangélicos no (do) ciberespaço. 
Coordenação: Dr. Eduardo Guilherme de Moura Paegle 
Dr. Eduardo Meinberg de Albuquerque Maranhão Filho


Resumo
A paisagem social contemporânea pode ser descrita como forma(ta)da por múltiplas formas subjetivas, coletivas e institucionais de identificações, expressões e re(a)presentações. Ao mesmo tempo, as diversas (bri)colagens identitárias possíveis de (re)produção podem encontrar no ciberespaço espaço estimulante de (des)envolvimento. O ciber, proporcionador de relações entre humanos/as e entre humanos/as e máquinas, é ambiente de experiências devocionais, agenciamentos e deslocamentos identitários, resistências, conservadorismos, (in)tolerâncias, diversidades e fundamentalismos – como o é o espaço online. O GT acolherá trabalhos relacionados ao ciberespaço e à conexão entre ciberespaço e outros espaços. São também desejáveis trabalhos nos campos dos estudos de corpo, música, espetáculo, marketing e mídia".

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terça-feira, 7 de abril de 2015

"E o verbo se fez bit" : uma análise de sites católicos brasileiros como ambiente para a experiência religiosa


Moisés Sbardelotto

RESUMO

Com a manifestação de um fenômeno de apropriação da Internet por parte das instituições religiosas católicas, este texto busca analisar o funcionamento das interações entre fiel-Igreja-Deus para a vivência, a prática e a experiência da fé nos rituais online do ambiente digital católico brasileiro. Examina-se particularmente, por meio de uma metodologia analítica qualitativa, fundamentada nas contribuições do pensamento sistêmico e complexo, um corpus de pesquisa de quatro sites católicos: CatolicaNet, Irmãs Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus ? Província do Paraná, A12 e Pe. Reginaldo Manzotti. Perscruta-se, assim, que religião resulta dessa manifestação de práticas religiosas a partir do emprego e da atividade dos meios digitais, com o objetivo de colaborar com a análise das primeiras consequências diretas que esse fenômeno está trazendo para a religião e, particularmente, para a Igreja Católica como a conhecemos hoje. A partir de uma leitura de alguns estudos que abordam a interface entre comunicação e fenômeno religioso na Internet, reflete-se sobre alguns conceitos e perspectivas de análise para a investigação dos sites católicos institucionais brasileiros, como a midiatização digital do sistema religioso; a questão da técnica transformada em meio; novas modalidades de experienciação; e novas configurações de tempo-espaço-materialidades na experiência religiosa do fiel-internauta. Em seguida, descrevem-se três modalidades de estratégias de oferta de sagrado por parte do sistema e de apropriação por parte do fiel nos sites católicos brasileiros, a partir de inferências obtidas em nosso corpus de pesquisa: os níveis tecnológico e simbólico da interface interacional; quatro fluxos de interações discursivas; e dois fluxos, com dois subfluxos cada, de interações rituais. Como pistas de conclusão, aponta-se que, por meio dessas estratégias interacionais, a religião que nasce no ambiente online é vivenciada, praticada e experienciada por meio de novas temporalidades, novas espacialidades, novas materialidades, novas discursividades e novas ritualidades marcadas pelos protocolos e processualidades da Internet.

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segunda-feira, 6 de abril de 2015

Curso de Sociologia da Religião com Michael Lowy - Aula 2 (Engels)

O sociólogo Michael Löwy (foto à esquerda) ministrou um curso de sociologia marxista da religião de setembro a novembro de 2014 na Universidade de São Paulo (USP) para membros do programa de pós-graduação em sociologia da universidade. No vídeo aseguir temos a segunda aula de Lowy cujo tema foi Engels e a sociologia da religião. Clique <<<aqui>>> e confira! O vídeo anterior você pode assistir clicando <<<aqui>>>.

domingo, 5 de abril de 2015

O discurso sobre o aborto em revistas católicas brasileiras: Rainha e Família Cristã (1980-1990)


Aline Dalmolin

RESUMO

A década de 1980 representa o momento no qual se instaura, na mídia brasileira, o macroacontecimento aborto, cuja polêmica mobiliza intensas discussões por parte da Igreja e do movimento feminista. Estas repercutem de várias formas na imprensa, sobretudo em virtude das pautas que ingressam sobre o tema no Congresso e da intensificação dos debates pelos movimentos sociais. Esta tese objetiva enfocar o discurso das revistas católicas Rainha e Família Cristã sobre aborto entre 1980 e 1990, observadas a partir do tensionamento entre os valores religiosos e os valores específicos da modernidade. Tomam-se as revistas católicas pelo pressuposto de que estas refletem as contradições da Igreja pós-conciliar, marcada pelo embate entre progressistas e conservadores, e tensionada, sobretudo, pela problemática da inserção da instituição no mundo secular. A análise busca perceber as marcas discursivas dessa relação, estruturando-se a partir de pressupostos da análise de discurso para observar processos de designação e formações discursivas, articuladas aos conceitos de campo, ethos da modernidade e de secularização/dessecularização. Conclui-se que o processo de mediação entre campo religioso e campo midiático no âmbito das revistas católicas enfocadas, passa pelas questões do ethos privado, nas quais se estabelece uma perspectiva de aggiornamento condicionado face ao horizonte moderno. 

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quarta-feira, 1 de abril de 2015

Curso de Sociologia da Religião com Michael Lowy - Aula 1 (Marx)

O sociólogo Michael Löwy (foto à esquerda) ministrou um curso de sociologia marxista da religião de setembro a novembro de 2014 na Universidade de São Paulo (USP) para membros do programa de pós-graduação em sociologia da universidade. No vídeo a seguir temos a primeira aula de Lowy cujo tema foi Karl e a sociologia da religião. Clique <<<aqui>>> e confira!